4 de fevereiro de 2011

Rasgo o peito!






Rasgo o peito e as águas
vêm lavar as dores
o verde das folhagens
faz cataplasmas,
em cima das chagas abertas
já não olho para dentro ,
tudo o que é belo contemplo
assim de dentro para fora
com a alma sequiosa de ver
e beber desta água, deste verde
que imponente cura e me faz
sonhar contemplando as flores
as gotas que caiem num lamento
e me apaixono por elas
e delas teço um manto
com as cores e os odores
que delas emana,
nesta doce fragilidade
e imponência que me cativa
e me delicia
faz-me doer o coração,
por não lhes poder tocar
mas somente contemplar
que belo poder digerir
nesta doce emoção
um sentir que dói,
feito de sensibilidade
doçura, serenidade e verdade
ao olhar e sentir-te em todo o lado
meu Pai, autor da criação...
Olho para dentro,
e tudo o que tenho está agora
em sintonia com a harmonia
da beleza que criaste
com as tuas divinas mãos
que o tempo tráz sempre
uma doce balada no vento
que atento sopra e de repente
a chuva cai, molha e refresca
a testa da alma cansada
que acorda e reluzente
se reveste
com a armadura brilhante
que suavemente
arranca do pensamento,
para por fim se aninhar
na ternura de uma flor
e sonhar que o mais importante
é viver, sentir e ter amor!

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