4 de fevereiro de 2011

Para a minha grande amiga Euzira



Quando o amor fala mais alto
ele vem sem sobressalto
se aninha e se enternece
nesta vida que nos enaltece.

Pelos sussurros do carinho
que vem de mansinho
arrancar toda a dor
sepultando-a
dando lugar ao amor.

Nesta euforia de amor ser,
é tão fácil saber viver
é tão importante segurar o amor
na palma da mão e entregá-lo
através da acção do dia a dia.

Regando-o com a harmonia
do meu e do teu coração,
minha doce e querida amiga,
Euzira é o nome, que para sempre
guardo no âmago do meu ser.

Recebi o teu beijo
aqueci-o no coração,
do meu amor fiz o agasalho
para te cobrir.

Agora com as vestes
do meu sorriso te alcanço
e com o laço do meu abraço
te enlaço,neste aconchego.

Entoo agora um cântico
de gratidão e nesta plena
união feita de plena comunhão,
de mão dadas caminhamos
rumo ao eterno, nos braços do Pai.

Te amo amiga querida do meu coração.

Beijos

Alice Barros


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Cai a luz do imenso azul





Quando acordo pela manhã
respiro o azul, o aroma do café
o pão fresquinho os odores
da vida sussurram-me mais um dia
posso escrever agora,
nas páginas da minha vida
dar-lhes um novo sentido
mudando a minha história,
uns dizem que estou louca
não acreditam na minha vitória.
Em sintonia com o divino
alcanço a minha serenidade
estabeleço prioridades
acertando todas as escolhas
com os ponteiros do tempo,
a vida prossegue e dou a volta
por cima das nuvens
enxergando o divino
Cai a luz do imenso azul
dentro do meu pensamento
tenho agora o comando da vida
nas palmas das minhas mãos
com ele faço todas as promessas
de Deus cobrirem o meu presente,
tudo o que sinto agora
é a atitude mover-se
e todas as minhas escolhas
mergulham a minha vida
numa intensa luz,
dá-se então uma explosão
sinto a presença de Deus
revestir-me de poder
mergulho na imensidão
da paz que me envolve
elevo os meus olhos
e nesta comunhão
desce o fogo do Espírito
que me tráz consolação.
e voo alcançando a vida
no acordar que me leva
a viver intensamente
cada dia que me presenteia
a vida, agradecendo ao Pai
por me contemplar com a benção
da multiplicação dos meus dias.

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Sepultaste a minha vida na tua




Quando um dia
entraste no meu coração,
sepultaste a minha vida na tua,
então passamos a ser um
e nada mais importa,
nem que o frio
se faça sentir lá fora,
porque no coração
o agasalho é quente
e perdura, até à eternidade!!


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Afiar os pensamentos, sem lamentos.



Parar para enxergar olhares
afiar os pensamentos,
sem lamentos.

Cavar interiores,
tornando-os profundos
trazer os silêncios à tona
Decifrar um grito
com a atenção.

Amputar uma dor,
fazer cataplasma
do verde das folhas,
colhendo a esperança
da seiva que brota,
trazendo a confiança.

Amparar a alegria
do sorriso fecundo,
depois de uma lágrima
vertida, caída
no colo do amor.

Lamber o coração
que ferido geme,
com ferida aberta
colocar o selo do amor
e colar a artéria que sangra.

São os rasgos que os riscos
não medidos, sempre nos deixam.
Tremer sem agasalho cheios de frio,
mas não de medo...

Fazer acertos e concertos,
Aprimorar as virtudes,
aspirar os erros,
soprando-os para longe,
e só depois viver o agora
de peito aberto,
sabendo que cada passo
precisa do (com)passo
do amor em forma de Espírito
para vencer!


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Mãos entrelaçadas pétalas com pétalas!



O prado verde anuncia
o desabrochar das margaridas,
o rouxinol a cotovia o sapo,
o gafanhoto, o grilo e o louva a Deus,
preparam uma alegre sinfonia,
o maestro cansado chega todo estafado
e anuncia: hoje é dia de euforia...

O esquilo, o castor, o ouriço
e o porquinho tagarela
estavam todos à espera
daquele maravilhoso espectáculo
da natureza e eufóricos diziam:
Vamos ver as flores desabrochar
e ao abrir de cada pétala,
o amor irá derramar...

Correram todos e foram buscar algo
para recolher o amor;
uns trouxeram vasos, taças, garrafas...

Só aquela menina da casa da esquina,
ficou ali quieta para não perder
um momento daquele crucial
desabrochar, flor a flor...

As margaridas gemiam,
era o amor a derramar,
lágrimas caíam, o suor escorria,
sorrisos desabrochavam,
mãos entrelaçadas pétalas com pétalas,
e o calor que emanava dos corpos aquecidos
pelo sol ao centro, eram a harmonia
que vinha de dentro do coração da menina
que ávida bebia o néctar do amor,
vertido flor a flor e agora feliz,
sabia que jamais seus olhos
se entristeceriam pois carregavam
nas pupilas o esplendor do sol
que brilhava no centro do coração
das margaridas que abrigava no coração.

Quando todos chegaram com taças copos vasos
e mil e um utensílios, para recolher o amor
vertido pelas margaridas, já a menina da casa
da esquina dormia no meio do campo, abraçada
pelas pétalas, aquecida pelo sol que brilhava
no centro do seu coração e derramava amor
pelos poros, porque para acolher o amor
é preciso escancarar a alma doar e receber...

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Um grito que corre veloz como a água cristalina




Existe um grito, Senhor!
Que brota do meu grande amor,
um grito que corre veloz
como a água cristalina,
que corre do trono.
Agua que lava limpa e cura
água que liberta transforma
que desce do trono de Deus.
Existe um grito contido
pela esperança, que clama
que me traz a confiança
que como um cataplasma
sara todas as minhas
impotentes dores.
Existe um grito de paz
que me alimenta neste caminho
que percorro, porque o meu grito
é um grito que clama por vida!

Alice Barros


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Somente nós dois




Sobre as areias da praia
as nossas pegadas afundadas
e um vácuo solitário
nunca pego pela inércia
da desesperança.

Sobre o ar trêmulo,
pairada uma gaivota...

E um caco de remo
trazido pelas ondas
que lavam a areia,
aponta a nossa rota.

Sob a palma da mão
estendida sobre o olhar,
Enfim, sem fim:
A liberdade em forma de mar.
E Nós, somente nós dois
nesta imensidão,
deste terno e doce amar.

Alice Barros


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Choro!




Quero

Segurar nas minhas mãos
as tuas lágrimas que caiem
como cascata a correrem
como um rio que desagua.

Amparar

O gemido
do teu pranto
quando as guardo
para as beber,
e do amargo sabor,
sentir a tua dor.

Para

Depois as chorar
sentindo-te
e acalentar na alma
este tanto amar
que por ti derramo.

Quero

Chorar contigo
até amanhecer e lavar o chão
do mundo, para correr descalça
e olhar com profundidade
em cada olhar,
sentir jorrar o amor
e com os meus cabelos
enxugar os pés do mundo.

Quero

Apenas paz no mundo!

Alice Barros


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As portas do meu céu!




Abrem-se as portas do meu céu
estou aqui vestida de branco
lá estamos nós, o amor tu e eu,
trazemos nos ombros um manto.

Colho flores de todas as cores
o perfume inebria-me e faz-me sorrir
os sentidos inflamam-me de ardores
estremece-me o coração agora a fluir.

Já não olho mais para os lados
porque agora só existe frente,
caminho com os pés molhados
calçados de flores somente.

Escuto a melodia da tua voz
que vem directa ao meu encontro
perfumando, exalando ela vem veloz
e alcança-me envolvendo-me e pronto.

Sempre me alcanças com o teu olhar
e tocas-me a alma com as palavras
que despes e teces, neste saber amar
com que somente tu tão bem lavras.

Os meus sentidos que nada são sem os teus
alma minha, alma que dança agora com a tua
e de encontro à plena liberdade com Jesus
voamos além das portas e agora nos céus

cantamos e como um íman resgatamos almas
que caídas dentro de si, sofrem e agonizam
mas o amor incondicional as tem guardadas
e as acolhe portas adentro e agora enraízam

com as vestes do amor, palavras de fé
jamais ouvidas e sentidas que derramam
da colina por anjos de branco no sopé
e finalmente ouvem e sentem que amam.


Para todas as almas que voam com liberdade, doando-se...

Por: Alice Barros


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Do amor




O amor vem arrebatador,
e depois torna-se devastador
por vezes toma conta de nós,
com a emoção desenfreada,
outras vezes de mansinho,
se paixão perde-se lentamente
em cada alvorada,
se na espera se adocicou
pela maturação,
torna-se uma bela
canção.

Do amor aprendemos
a construção do eco
que se faz na alma,
é preciso dissipar
as dúvidas para se amar
descalçando os pés
para entrar no coração.

É preciso, juntar a alma ao corpo
para nos unirmos no mesmo
espírito, harmonizando,
depois de sintonizados
os pensamentos dentro
das gavetas da mente
rebuscando e dizimando,
tudo o que se viveu
para que ele não se perca
num novo recomeço,
vivendo em equilíbrio.

Do saber, se constrói
um amor para toda a vida.

Alice Barros

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Liberdade e amor!




Existem pessoas cujo limite
de inteligência se estende
ao limite dos seus interesses,
deixando que os seus mais
intrínsecos anseios e quereres,
se sobreponham sobremaneira
à sabedoria que lhes é tão
peculiar, e dessa forma
a inteligência fica bloqueada.

Quando saio, costumo reparar
em algumas árvores belíssimas
que se encontram no centro de
uma praça magnífica e exuberante
a uns quarteirões do local onde moro
por onde passo todos os dias.

Quando me é possível e além
de ser privilegiada em as contemplar,
vou junto delas e o silêncio
que experimento toma-me de uma forma
envolvente e tão inebriante que emudeço.

Em oração e depois de agradecer
esta dádiva ao criador, abraço-as
e fico ali com os meus braços
envolvendo-as, aconchegando-as.

E mesmo ali, com a brisa a sacudir,
inalo o perfume que das ramagens exala
e pela sua imponência sinto uma paz
que de tão imensa, se traduz em paciência.

Quando observo a beleza destas árvores
que todos os dias me encantam com a vida,
imagino o quão belas são e como sobrevivem.

Suportam tempestades, trovoadas, chuvas,
os invernos rigorosos e mesmo assim,
sobrevivem, mas para se protegerem,
elas constroem pouco a pouco
uma casca grossa, que as abriga.

Todos nós procuramos defender-nos
tudo é tão imprevisível, suportamos
perdas inimagináveis, e só venceremos
se a dignidade for o factor elementar
para fundamentarmos uma defesa sólida.

Devemos todos, ser homens e mulheres
que ainda que no meio do caos,
possamos extrair alguma poesia
e experiências que edifiquem,
abraçando árvores mas sobretudo
abraçando e abençoando vidas.

Que possamos enxergar as lágrimas
uns dos outros, vendo-as como diamantes
escorregando pela face, cintilantes
que desnudem a alma, tendo uma visão
do interior de cada um, mergulhando
nas alamedas de cada ser,
para que possamos entender,
que diferenças sempre vão existir
mas o importante é crescer sem acepção.

Podemos arriscar-nos a ser humilhados,
mas que nunca tenhamos vergonha de amar
apesar de sermos repudiados, porque o amor
é a saliva da alma.


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Um fôlego de vida




Vai já alta a noite e lá fora a brisa,
sopra bem de leve, como que a balbuciar
um gemido, que vem de dentro e avisa
que as flores de jasmim, inundam o ar.

Abro o coração suavemente, e exalo
no gemido acariciado deste sentido
pulsante que agora flui, a dor calo
e ouço o bater do teu coração querido.

Sinto melodias soltas no ar, ouço Yanni
e ao som do piano escuto In The Mirror.
Elevo-me, para o mais belo cenário e ali
deixo-me levar, pelas notas já sem dor...

E nesta melodia dos sentidos embarco
rumo à serenidade, meu porto, meu cais
minha sanidade, meu abrigo, meu barco,
sento na proa e com os sentidos aos ais...

Deixo-me envolver, para me esquecer e voo
nas asas do sonho, olhando para o azul
onde me cerca o infinito e de novo revoo
com todos os sentidos rumo até ao sul.

Vejo-te sorridente, com a alegria a saltitar,
nas mãos tinhas o dom de curar, com o teu toque.
Lembro-te serena, doce e calma, és anjo a cantar
vestida de branco no céu, bençãos envias a trote.

Corro a buscar, o teu sorriso no meu pensamento
e embrulho-me com ele, para me afagar o rosto
e assim vou me deixando curar neste momento,
porque confesso-te minha flor, foi um desgosto

Profundo perder-te, eras única no teu saber,
a sintonia da tua bela alma ecoava na minha,
hoje acordei e sorri para o teu bem querer,
e é nele que me ergo para me sentir rainha.

Percorro o mesmo caminho, outras mãos tocam-me
mas não é o teu toque, tento imaginá-lo e amplio
mas vou me acostumando a não sofrer, choca-me
a forma como já não me sinto, aumentam as dores...

Ainda vou conseguir imaginar-te e com amor
submergir e aceitar outras mãos, a tratar
para me recuperar e lá do céu sem dor
irás contemplar-me e chorar com ardor.

A promessa que prometi vou cumprir, vou lutar
e não desistirei,vou dar sempre o meu melhor
nesta luta que é minha e tua e sem cessar
vamos juntas nesta aliança em busca da flor,

Que simboliza, o nosso pacto, de conquista
jasmim, para mim e para ti, flor de mim,
flor de ti em mim, que neste desejo me vista
de vitórias e conquistas para te fazer sorrir.


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Construir o amor





Crescer

É aprender a separar-me
ficando inteira.

Quando

Se cresce os sentimentos
vão mudando, evoluindo...

O amor

É maltratado devido
à falta de carinho,
a um excesso terrível
de silêncios, mal entendidos
do dia-a-dia
que não se procuram reparar,
suprimir e até ultrapassar
com palavras claras,
repletas de sonoridade,
onde habite a ternura dos afectos.

Quando

Não temos a capacidade
e a sabedoria de sabermos
como manter uma relação viva,
o amor pode definhar e destruir-se
por falta de suporte,
de alicerces que o sustentem.

É urgente

Restaurar a capacidade de amar
com a atenção, o cuidado a entrega
e a dedicação.

Não esquecendo

Que a perseverança é a maior aliada
da tolerância que com a confiança
restaura a esperança.

Construir

A tempo é edificar
com compromisso o amor
em cada dia sem cair em monotonia,
dialogando e simplesmente amando
doando-se um ao outro,
numa entrega profunda.


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De que me vale estar viva se não for para te amar?




De que me vale estar viva
se não for para te amar
trazes-me vigor a cada dádiva
nos teus braços me sinto descansar.

Teu abraço me sossega e vivifica
nesta doce melodia de amor vertida
cingida de fios reluzentes de fita
entrelaçada de amor que me edifica.

Teus braços são fortes e me enlaçam
nesta doce balada que me leva pela madrugada
em sonhos celestiais que me traçam
caminhos de glória e honra purificada.

Os Teus sonhos são os meus sonhos
sonhos de confiança e esperança
onde a fé e firmeza, que me disponho
seguir me faz sentir como criança.

Amo amar-te e a cada toque teu na alma
vem a temperança e a perseverança
que me faz sentir o quão me és nesta calma
que me dás à alma que me nina com segurança.

Vesti-me para te adorar e de amor me adornei
para aos teus pés me prostrar é tudo o que quero
pois os teus caminhos são aprazíveis, em ti espero
porque grande é o teu cuidado e amor, meu Rei.

Nos teus braços vou dormir e acordar bem feliz
porque tu me cinges de graça e misericórdia
elas se renovam a cada manhã, sou tua aprendiz
Jesus, deixo-te a minha oração de concórdia.

Abraço-te Jesus!


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Soltar o vento da atitude




Subir
ao cume da vida
laçar todos os infortúnios
limar as arestas
com quereres profundos
Soltar o vento da atitude,
dizer não com convicção
num gesto mudo,
aplaudir-se olhando no espelho
encarando a face pálida
acreditar com determinação
a cada manhã pela transformação,
de não tratar a vida apenas
como se fosse mais um dia
porque se vive mas vivendo-os
para além do que se pode viver
fazendo dela dias de prazer,
mesmo chorando diante da impotência
de se sentir colhido por ela
sem nada ter feito para merecer
tal infortúnio.


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Rasgo o peito!






Rasgo o peito e as águas
vêm lavar as dores
o verde das folhagens
faz cataplasmas,
em cima das chagas abertas
já não olho para dentro ,
tudo o que é belo contemplo
assim de dentro para fora
com a alma sequiosa de ver
e beber desta água, deste verde
que imponente cura e me faz
sonhar contemplando as flores
as gotas que caiem num lamento
e me apaixono por elas
e delas teço um manto
com as cores e os odores
que delas emana,
nesta doce fragilidade
e imponência que me cativa
e me delicia
faz-me doer o coração,
por não lhes poder tocar
mas somente contemplar
que belo poder digerir
nesta doce emoção
um sentir que dói,
feito de sensibilidade
doçura, serenidade e verdade
ao olhar e sentir-te em todo o lado
meu Pai, autor da criação...
Olho para dentro,
e tudo o que tenho está agora
em sintonia com a harmonia
da beleza que criaste
com as tuas divinas mãos
que o tempo tráz sempre
uma doce balada no vento
que atento sopra e de repente
a chuva cai, molha e refresca
a testa da alma cansada
que acorda e reluzente
se reveste
com a armadura brilhante
que suavemente
arranca do pensamento,
para por fim se aninhar
na ternura de uma flor
e sonhar que o mais importante
é viver, sentir e ter amor!

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Colher frutos na espera




Acordar,
com atitude
rompendo o invisível,
ir além do impossível
cavar poços, enfrentar desertos
colher frutos na espera
explodir em adoração
e por fim colher frutos,
celebrando a espera na agonia,
com o coração cheio de gratidão
por mais uma etapa vencida,
celebrando a vida, pela fé vertida.

Alice Barros

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E sou feliz, amando e seguindo silenciando...






Com o silêncio
ouço os sons da minha alma,
aprendo a respeitar
as opiniões contrárias ás minhas.

Aprendo com o silêncio
a aceitar algumas desavenças
tornando-me humilde,
deixando o orgulho gritar
fora do meu coração.

No silêncio aprendo
a valorizar o belo,
reparo nas coisas simples
evito os conflitos,
das reclamações vazias
e sem qualquer sentido.

No silêncio construímos pontes
que nos levam a caminhos de paz,
com ele aprendi que a solidão
não é a pior inimiga nem o maior castigo,
pois existem, companheiros bem piores.

É no silêncio que aprendemos
a valorizar a vida, a olhar para o lado
e a desfrutar das maravilhas que temos
ao nosso lado gratuitamente.

Com o silêncio aprendemos
que tudo tem um ciclo,
como o mar e as suas marés
que vão e vêm,
tantas e quantas vezes
forem necessárias.

No silêncio ficamos em contacto
com a realidade dos pássaros que migram
e voltam ao mesmo lugar,
como a própria terra
que faz a sua volta completa
sobre o seu próprio eixo.

É no silêncio que valorizamos
e respeitamos a nossa vida
valorizando o dia a dia,
tornando cada dia exemplar,
dando o melhor de nós mesmos
para escrever a mais bela página
carregada de história.

No silêncio, enxergamos
as qualidades que possuímos,
equilibramos os defeitos
que temos e sabemos
que precisamos corrigir,
enxergando ainda aqueles
que ainda não tínhamos descoberto.

É nestes momentos de reflexão
que aprendo a valorizar o meu corpo,
deixando-o em harmonia e em sintonia
com pensamentos de paz, respeitando-o
valorizando-o sabendo que ele é um templo
neste santuário que é a minha vida.

Com o silêncio aprendo que é melhor
saber ouvir do que saber falar,
por isso calo-me, e escuto agora
o meu pensamento que de encontro
ao coração do Pai, voa livre de amarras...

E sou feliz, amando e seguindo silenciando...



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Reapropriando-me da minha palavra





A fidelidade que trago no peito,
esta mesmo que a mim dedico
que vem a mim, como um ninho
onde me abrigo,como uma casinha
onde guardo tesouros, onde me aninho
e me refugio, numa rocha firme
e inabalável...

Esta minha necessidade de coerência
que vem de dentro de mim, quando vem
a divergência entre o meu compromisso
comigo mesma e o compromisso com o outro,
suscita em mim, compromissos de lealdade.

Comprometo-te contigo, mas também
com a relação que nos falta construir,
a qual ignoro, assim como a forma como
se desenvolverá, se vai prosseguir
ou até regredir...

Quando me interrogo sobre os meus
compromissos vejo que o fio condutor
dos meus fracassos assim como das
minhas relações essenciais,
é a fidelidade.

Por estranho que possa parecer,
tenho a impressão de que a fidelidade
é um dos valores mais fundamentais
na minha vida.

Conquistei esta fidelidade
graças a um melhor conhecimento
de mim mesma, quando comecei
a clarificar as minhas imagens
em relação à minha vida,
superando os meus medos.

Com esta atitude busquei a ousadia
reapropriando-me da minha palavra
e sobretudo foi graças a um posicionamento,
de firmeza e de clareza na relação
com o outro, tendo o cuidado
de nunca me deixar definir pelo outro.

Daí que aprendi que nada do que nos façam
tenhamos que lamentar,porque afinal
estamos aqui para crescer uns com os outros
e os outros apenas nos fazem aquilo
que nós permitimos que nos façam...

Hoje estamos fracos, mas amanhã
mais fortes, e assim vamos permitindo
ou não, uns aos outros aquilo
que nos acontece, quer o bem ou o mal:
o bem nos trará contentamento
o mal nos fará crescer e aprender ...


Alice Barros


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Páginas de uma vida feliz!




Toco levemente
as páginas encadernadas
que guardo no pensamento
desde a tua chegada na minha vida.

Páginas ladrilhadas de afectos
derramados horas a fio
sem tectos a cobrir-nos
tendo como ouvido
o azul do céu.

Chegaste vestido de esperança
no olhar trouxeste o azul do céu,
como um véu, o teu amor cobre-me
noite e dia, suavemente.

Chego a duvidar da tua existência
mas quando te achegas docemente
tenho a certeza que o perfume
que me inebria, tem a marca do céu
e só por isso me sacias.

A tua mão na minha, noite e dia
o teu cuidado cobre-me de atenção
como uma capa brilhante traz a protecção
que preciso nesta impotência...
... cheia de paciência...

Sossegas o meu coração,
com o teu sorriso incendeias-me
conferindo-me a tranquilidade
que necessito para continuar sorrindo.

Amar-te é algo tão grandioso e sublime
que não há espaço, nem profundidade
só encontro peso, no amor que a ti dedico.

Hoje é véspera, de um novo amanhecer
em que te acordarei beijando-te
os olhos,aninhar-me-ei em ti
para te dizer que para sempre
te amarei.


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Presente em papel pardo





Estávamos na sala de aula,
Como sempre ela estava calada
e ficava aninhada,
deixando o mundo passar
à sua volta sem nada dizer,
apenas observava...

Tinha uns olhos grandes,
o coração que carregava no peito
batia no chão de tão pesado que era.
carregava o seu amor,
e o amor daqueles que dele se alheavam...

Era a entrega de presentes,
estávamos no final de mais um ano lectivo,
todos se aproximavam, com grande alarido
atropelavam-se uns aos outros.

Ela observava tranquila, mas estava feliz!
Os pensamentos voavam mas não enxergava nada
diante do seu nariz, porque sonhava...

Quando se deu conta, chamavam pelo seu nome
e de repente acordou de mais uma viagem,
agora que estava a colher uma flor
e a acertar os ponteiros do relógio
do mundo foi sacudida com furor...

Olharam-na com desprezo,
olhando para a caixa grande
com o último presente,
e disseram:
-Este é o teu, e riram-se...

Olhou para todos,os lados,
com os olhos cheios de lágrimas,
todos os embrulhos eram coloridos
e tinham um grande laço,
exibiam-nos humilhando-a com gritos,
insultos e empurrões...

Ela segurou o seu presente
embrulhado em papel pardo,
abraçou-o entre os seus bracinhos
pequenos e ali ficou à espera,
com os olhos pregados no chão.

Era a hora de cada um abrir
os seus presentes,
quando chegou a sua vez
rasgou o embrulho
e os seus olhos felizes
brilhavam, enquanto desembrulhava
um tesouro da literatura contemporânea.

A menina do mar,
de Sophia de Melo Breyner Andersen!

Olhou para a professora
e os dois pares de olhos cúmplices
estavam cheios de lágrimas...

Era o livro que tanto queria,
era um tesouro que agora possuía!

Olhavam-na agora prestes
a arrancar-lhe o livro
mas ela a menina dona de um silêncio
onde cabia a paz e o amor sem lamentos,
apertava o livro junto ao coração
que o protegeu das batidas frias
que dos corações emanavam.

Feliz, começou a ler,
a devorar e a sonhar
e nunca mais quis acordar,
hoje sonha escrever um livro
para oferecer em papel pardo...

Alice Barros


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Esta obra foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não-Comercial - Obras Derivadas Proibidas 2.5 Portugal.

O amor é amor!




Anda apenas por vezes vestido com as vestes
da podridão, de quem caminha na escuridão,
escolhas mal feitas, sombras que revestes
na trama que te alcançou nos braços da emoção.

Onde ficou a razão do amor? Onde a deixaste?
O amor é forte e tenebroso ele é majestoso
quando o agarramos temos de abraçá-lo imaginaste?
Ele não vive sufocado nem gosta de eco malicioso.

O amor é alcançado através do coração aberto,
sarado e curado para viver os afectos livre
das intempéries, ele quer ser tocado e coberto
de saber querer e querer bem com o mesmo calibre.

O amor quando verdadeiramente se encontra no amor
ele tece a verdade do que é e não vive na ilusão
ele espera na sabedoria de olhos abertos sem dor
porque o amor é belo, tem poder para ser doação.

O amor é tudo e o ser humano faz dele, um nada
suja-o enxovalha-o e nem sempre o compreende.
Deixa a razão e o coração andarem na mesma escada.
O amor nunca se mata ele vive em quem entende,

que para amar só sobrevive um amor incondicional
O amor não vê as diferenças mas passa por cima
e consegue ver que é nelas que vence o emocional
caminhando rumo ao espiritual que se estima.

O amor não tem teias de trama é viçoso e tem seiva
arde e queima no peito, inflama leva-nos a levitar
e lembra-nos que é preciso ceifar o que se cultiva
beber, comer, frutos e rebentos do saber amar.

Ah! O amor...

Por: Alice Barros


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Anunciando o fim da desolação.




Se o céu explodisse
em partículas de luz,
os meu olhos cegariam.

Dos espirituais
explodiria a luz em sintonia
com o trono de Deus.

Em cascata
correriam rios de alegria
para banhar as almas cansadas
e sofridas que clamam por vida.

Todo o mal pereceria,
e das catástrofes
nenhuma tinta,
escreveria a história
que arranca os gemidos da alma.

Apenas do céu a luz
nos aqueceria em alegria plena,
celebrando a glória de Deus,
anunciando o fim da desolação.


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O meu vinho superação!







Segurei o meu lencinho branco
e com a ternura do teu olhar,
guardei-o na palma da emoção,
bem juntinho do coração.

Todas as lágrimas que chorei,
recolhi-as de dentro do meu rio-doação.

Guardei-as agora no lencinho
depois de passarem pela maturação.

Foi na espera que cresci,
e no lagar da vida amadureci
para hoje te oferecer,
o meu vinho superação!

Toma o lencinho é teu,
vence agora com ele
toda a tua provação.



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No sangue lia as partituras



Surpreendia-me a noite,
silenciosamente
e já a recebia na madrugada
que me oferecia a paz.
no corpo já sem voz...
Mas o coração que forte me gritava
a aurora, que mais tarde romperia,
já me ditava com o pensamento
a visão que da vida se desprendia,
no amanhecer que de braços abertos
me acolhia, para serenar mais um dia
que me explodia nos braços,
com trinos e cânticos divinos,
a embalar sonhos de esperança
nas respostas esperadas,
e com o véu de cetim
que do céu irrompia,
debaixo do teu coração
que me cobria...
No sangue
lia as partituras,
que do teu amor-melodia
suavemente escorria
e dizia...

Amo-te tanto meu amor!


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Nos teus braços encontro toda a protecção!




Da suavidade da ternura
que brota do teu olhar,
da maciez do veludo
das tuas mãos,
da pureza do teu toque
bebo a mais perfeita
prece de amor
e é no âmago do meu ser
que festejo com o coração
acelerado num infindável batuque
a melodia de amor,
jamais esquecida,
te amo minha vida!

22/01/2011

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