4 de fevereiro de 2011

Reapropriando-me da minha palavra





A fidelidade que trago no peito,
esta mesmo que a mim dedico
que vem a mim, como um ninho
onde me abrigo,como uma casinha
onde guardo tesouros, onde me aninho
e me refugio, numa rocha firme
e inabalável...

Esta minha necessidade de coerência
que vem de dentro de mim, quando vem
a divergência entre o meu compromisso
comigo mesma e o compromisso com o outro,
suscita em mim, compromissos de lealdade.

Comprometo-te contigo, mas também
com a relação que nos falta construir,
a qual ignoro, assim como a forma como
se desenvolverá, se vai prosseguir
ou até regredir...

Quando me interrogo sobre os meus
compromissos vejo que o fio condutor
dos meus fracassos assim como das
minhas relações essenciais,
é a fidelidade.

Por estranho que possa parecer,
tenho a impressão de que a fidelidade
é um dos valores mais fundamentais
na minha vida.

Conquistei esta fidelidade
graças a um melhor conhecimento
de mim mesma, quando comecei
a clarificar as minhas imagens
em relação à minha vida,
superando os meus medos.

Com esta atitude busquei a ousadia
reapropriando-me da minha palavra
e sobretudo foi graças a um posicionamento,
de firmeza e de clareza na relação
com o outro, tendo o cuidado
de nunca me deixar definir pelo outro.

Daí que aprendi que nada do que nos façam
tenhamos que lamentar,porque afinal
estamos aqui para crescer uns com os outros
e os outros apenas nos fazem aquilo
que nós permitimos que nos façam...

Hoje estamos fracos, mas amanhã
mais fortes, e assim vamos permitindo
ou não, uns aos outros aquilo
que nos acontece, quer o bem ou o mal:
o bem nos trará contentamento
o mal nos fará crescer e aprender ...


Alice Barros


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